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“É o problema mais delicado do agronegócio brasileiro”, diz Chico Maia sobre embargos à carne

23.03.2017 · 12:00 · Palavra Livre

O presidente da Frente Nacional da Pecuária (Fenapec), Francisco Maia usou a Tribuna na sessão ordinária desta quinta-feira (23) para falar sobre a situação atual do agronegócio e os desdobramentos da Operação “Carne Fraca” da Polícia Federal, que comprometeu as exportações brasileiras de frango, carne bovina e suína, além do fechamento de frigoríficos por todo país.

A convite do vereador João César Mattogrosso, Chico Maia disse na Tribuna que o fato “foi anunciado de forma espetacular, num sensacionalismo jamais visto, a maior operação da Polícia Federal do país. E indiciado foi o porco, as aves e condenado junto com essa, cadeia mais de 15 milhões de brasileiros que dependem e que atuam no agronegócio. As conseqüências dessa atitude os senhores sabem porque, factualmente a imprensa tem noticiado. Campo Grande, em especial, tem visto essa situação com muita preocupação porque, segundo Projeto de Lei dessa Casa, somos considerados a Capital da Pecuária”, avaliou. 

Segundo Chico Maia, “temos aqui no nosso Estado o melhor rebanho do país. Há muitos anos os produtores vem investindo em genética, em sanidade, em diminuir a época de abate de bovinos, nos tornando a maior potência do planeta. No Brasil os produtores trabalharam com investimento em tecnologia e ganharam mercado por produzir a carne mais barata e de melhor qualidade”, destacou.

O presidente da Fenapec afirmou ainda que “acredito que nós estamos atravessando o problema mais delicado do agronegócio brasileiro. Estive muito tempo à frente da Acrissul, hoje estou à frente da Fenapec e quantas vezes fomos a Assunção e outros países para discutir a aftosa, para que os primeiros focos de aftosa não prejudicassem a nossa carne e estragasse a nossa imagem internacional. Construir uma marca internacional é muito difícil. A carne brasileira foi construída com muito trabalho, com muita competência e hoje um simples pronunciamento de uma autoridade que não estava preparada para realizar a discussão causou toda essa problemática”, alegou. 

Para Chico Maia, a reação gerada por conta da Operação “Carne Fraca”, comprometeu o funcionamento de toda uma cadeia de produção. “Acontece que a escala de abate dos frigoríficos está suspensa. Os frigoríficos estão abatendo só aquela escala que já tinha compromisso, que já estava em contrato e a partir daí o agricultor rural, o pequeno produtor que vende frango, que trabalha com suíno e no Paraná são milhares de pequenos produtores que trabalham com frango, com suíno e carne que serão prejudicados. Se essas pessoas ficarem 40 dias sem levar o frango para abate, economicamente já inviabiliza a operação e como conseqüência disso vai afetar o milho, vai trazer mais desemprego. Acho que no momento no país, o que mais nos preocupa é a questão do desemprego. O emprego é uma coisa sagrada, que dá dignidade ao trabalhador para sustentar sua família. Hoje temos 12 milhões de desempregados”, disse.

Por fim, devido à queda das exportações de carne brasileira para todo o mundo, Chico Maia defendeu também o embargo a produtos internacionais. “Gostaria de pedir que essa Casa elaborasse um Ofício ao Ministério da Agricultura e ao Governo Federal, propondo que nós adotássemos aquilo que, no direito internacional existe, ou seja, fazer o mesmo procedimento que estão adotando conosco, vamos colocar barreira no salmão chileno, no vinho chileno e demais produtos desses países que embargaram a carne brasileira”, sugeriu. 

Paulline Carrilho

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal