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Aprovado projeto para criar Superintendência de Cuidados e Prevenção às Drogas

17.09.2019 · 12:00 · Palavra Livre

A criação da Superintendência de Cuidados e Prevenção às Drogas, para fortalecer a rede de prevenção, tratamento e recuperação dos usuários, foi aprovada na Câmara Municipal de Campo Grande, durante a sessão ordinária desta terça-feira (17). O Projeto de Lei 9.499/19 foi aprovado em nome de todos os vereadores, apontando as diretrizes, estrutura administrativa, atribuições e até mesmo proposições de convênios e contratos firmados. A proposta foi apresentada pelo vereador Dr. Wilson Sami, que ocupou a Tribuna para falar do assunto, durante a Palavra Livre.   

O vereador Dr. Wilson Sami falou dos principais pontos que a Superintendência poderia atuar para ampliar o atendimento aos dependentes de drogas. Uma das ideias é fortalecer a parceria com as comunidades terapêuticas, para otimizar as ações já feitas, contando com a fiscalização desses trabalhos. Assim, a Superintendência poderia oferecer os recursos necessários para a equipe multidisciplinar, contando com médicos, nutricionistas, enfermeiros, entre outros, para apoiar as ações das comunidades e grupos de apoio. 

A proposta inclui ainda a criação de uma Brigada de Resgate para acolher os dependentes que estão em momento de crise. “Essa Brigada irá acolher no amor, levando para desintoxicação nos leitos do Hospital Regional ou do Caps”, disse Dr. Wilson Sami. Hoje esse trabalho é feito pelo Samu ou Corpo de Bombeiros. “Na sobriedade, é oferecida a ele a comunidade terapêutica, onde passará nove meses em tratamento para buscar sua recuperação. Depois disso, não pode ser abandonado, precisa ser monitorado, participar de sala de partilha semanalmente”, afirmou o vereador, lembrando que o paciente pode ter recaída e, assim, passar novamente por esse processo.

Outro foco da Superintendência seria a prevenção, pois a recuperação é difícil e alcança somente 20% dos pacientes que buscam passar por esse processo. “É importante batermos na prevenção: família e escola, capacitando professores que dão aula para esta faixa etária. Temos bom trabalho, mas não é só conscientização, é aprendizado, pois ele terá conhecimento de causa de como a droga atinge o sistema nervoso central. Ele vai entender e vai aprender que vai diminuir sua memória, dificuldade de concentração e terá qualidade de vida ruim no futuro. Com esse conhecimento de causa, pode falar não quero isso para mim”, afirmou o vereador.  

No aparte, os vereadores enalteceram a importância de aprimorar as políticas para atuar na prevenção ao uso de drogas e tratamento, desafio diante da necessidade de mais estrutura na Capital. 

O vereador Delegado Wellington alertou que não é possível fechar os olhos para os problemas. “A maconha é a porta de entrada para outras drogas. O crack leva a perda direitos morais. Somente quem tem alguém na família, sabe como é necessário ter abrigo, um lugar para cuidar dessas pessoas. É um problema de segurança, de saúde e social, que necessita de mais de compreensão”, disse. 

Para o vereador Pastor Jeremias Flores, a atuação da família é fundamental, seguida da ação das igrejas no trabalho para libertar essas pessoas. “Vamos lutar para a Superintendência minimizar o sofrimento dessas famílias”, disse.  

Há muitas instituições fazendo esse trabalho de recuperação aos usuários, algo que precisa ser condensado e valorizado na opinião do vereador Eduardo Romero. “Enquanto não se tem a Superintendência, vamos fortalecendo as instituições que aí estão. Uma cidade que não cuida das pessoas não tem possibilidade de crescimento com respeito”, disse.  

O vereador André Salineiro acrescentou que as comunidades fazem papel que não precisava, caso o poder público fosse mais eficaz. “A questão das drogas é de saúde pública. Por que, então, não temos clínicas públicas?”, afirmou, lembrando que a Câmara de Vereadores já aprovou lei para criar essa clínica pública, mas a proposta ainda não foi efetivada. 

Para o vereador Betinho, “a Superintendência é instrumento importante para atuarmos na recuperação das pessoas. A droga tem efeito devastador”, afirmou, acrescentando que projetos como esse vão realmente trazer dignidade e ajudar famílias que perdem joven para o mundo das drogas. “Está na hora de o poder público ser mais eficaz”, disse.  

O vereador Chiquinho Telles, líder do prefeito na Câmara, disse que Marquinhos Trad tem mostrado sensibilidade pela causa. “Não tinha esta preocupação em outras gestões. O problema atinge não só família, mas toda sociedade acaba sendo prejudicada”, afirmou. O vereador Veterinário Francisco acrescentou que se trata de um trabalho árduo, em que “os resultados não são colhidos no momento, mas ao longo do tempo”.  

A árdua tarefa também foi recordada pela vereadora Enfermeira Cida Amaral, que já atuou no atendimento a usuários e até mesmo recebendo ao mundo recém-nascidos filhos de dependentes, já dando sinais de abstinência. “O alicerce é a família e se alguém é atingido, toda a rede é afetada. Tenho preocupação porque é saúde pública”.

O vereador Otávio Trad destacou o trabalho na elaboração do projeto, demonstrando a estruturação e até como construir essa superintendência, com amparo de recursos federais. 

O vereador Dr. Wilson Sami destacou que a proposta para autorizar o Executivo a criar a Superintendência atende anseio de todos os vereadores e, por isso, como sugeriu, o projeto foi aprovado em nome de todos os parlamentares. A proposta segue para sanção ou veto pelo prefeito Marquinhos Trad. 

Milena Crestani 

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal